Funcionários do Milleluci Café têm síndrome de Down

Funcionária do Milleluci Café com síndrome de Down aparece vestida com seu uniforme de trabalho e em frente à máquina de café. Ela sorri e aparece feliz em estar ali.Existe um café em Florença, Itália, onde os cozinheiros, garçons e recepcionistas são jovens e adultos com síndrome de Down. O nome do lugar é Milleluci Café (Café Mil Luzes) e foi escolhido pelos próprios funcionários, que imaginavam um lugar cheio de energia e sorrisos luminosos. “Esse é o começo de uma nova empreitada social e esperamos que essa ideia represente um avanço importante para continuarmos envolvendo os nossos jovens e adultos em atividades de formação”, conta Antonella Falugiane, presidenta da Associação Trissomia 21, grupo responsável pelo projeto.

A organização nasceu como apoio a pessoas com síndrome de Down e suas famílias. A associação acompanha as crianças desde pequenos, ajudando-os a construir um projeto de vida ou caminhos que levem à autonomia. Dessa forma, o Milleluci Café permitirá que esse grupo de pessoas aprenda um ofício, se coloquem a prova e construam algo próprio. Ali, eles contam inclusive com a presença de um educador que os acompanha em todas as suas tarefas diárias.

“No local, os jovens e adultos com a trissomia são responsáveis por tudo: cozinham, servem as bebidas e comida e recebem os clientes”, explica Anna Tacceta, integrante do Trissomia 21. “O objetivo é oferecer um serviço completo e de qualidade, contando com o apoio de diversas cooperativas locais”.

O Café não é um espaço apenas para refeições, mas também um lugar de encontros. Contando sempre com a parceria de organizações locais, são organizados eventos, lançamentos de livros, atividades para mães e filhos e encontro entre jovens.

 

Confira o depoimento de Bruna Fava, brasileira que mora na Itália e tem uma irmã com síndrome de Down:

“Chegando no Milleluci Café, fui recebida com um sorridente “Buona sera!” (Boa tarde!). Era Valentina, uma das funcionárias com síndrome de down. Enquanto eu pagava pelo meu pedido a um “supervisor” no caixa, Valentina preparava o meu capuccino. Fui me sentar e logo ela me serviu na mesa.

Fiquei alí por quase uma hora. É um ambiente muito tranquilo e gostoso. No salão tem um vidro onde é possível ver a cozinha e lá, sob supervisão de um cozinheiro, alguns rapazes preparavam alguns doces. Durante esse tempo, a Valentina atendia aos demais clientes e preparava as bebidas (café, suco, cappuccino, coquetel, etc).

As pessoas que trabalham no Café o fazem para ser independentes financeiramente e aprender o valor do trabalho. Alguns conseguem alugar um apartamento (que faz parte da Associação Trissomia 21) com o dinheiro ganho e assim morar sozinhos e se tornar mais autônomos.

Posso dizer que nessa uma hora em que estive no local, todos que ali passaram foram contagiados pelo sorriso e alegria dessas pessoas.”

 

Inclusão Social

Não é a primeira vez que a Itália se destaca por seu engajamento em prol da inclusão social. O país já foi destaque este ano ao noticiar o Albergo Etico, o primeiro hotel onde a equipe de funcionários é formada exclusivamente por jovens com síndrome de Down, promovendo a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e ajudando-os a conquistar autonomia e independência.

 

Fonte: Redattore Sociale

Foto: Bruna Fava