“Precisamos aproveitar o que o entorno de cada escola oferece”

JJuliaulia Quintela, técnica de educação responsável pelo Programa de Conhecimento da Cidade em Barcelona, participa nesta quarta-feira do Seminário Internacional de Educação Integral – Práticas para uma Cidade Educadora, que acontece no Rio de Janeiro, na Sala Baden Powell, em Copacabana. Para ela, é preciso que as escolas aproveitem o que o entorno oferece e que a definição das políticas e das práticas educativas venham do entendimento das  necessidades de cada território.

 

MAIS:  Qual a importância de se discutir a implementação das políticas educativas integrais e de se trabalhar novas práticas educativas?

JULIA QUINTELA: É fundamental ter muito claro quais são as necessidades educativas dos territórios antes de se definir a política e as práticas educativas. Estas necessidades educativas exigem programas específicos para as diferentes realidades que convivem em um país, em uma região, incluindo uma cidade, levando em conta as potencialidades e as oportunidades que o entorno oferece. O sistema educativo não pode dar solução a tudo nem dar resposta à diversidade de realidades que existe sem que seja um instrumento fundamental que deveria estar à disposição da igualdade de oportunidades. As políticas integrais de educação devem se basear em critérios de inclusão e formação ao longo da vida. Esses critérios exigem corresponsabilidade e compromisso com a cidadania e a administração de todos os agentes educativos, sociais e culturais, tanto públicos como privados.

 

MAIS: A senhora acredita que a educação inclusiva é necessária?

JULIA QUINTELA:  A educação inclusiva é um direito fundamental para garantir que todos os meninos e as meninas possam ter acesso à melhor educação em igualdade de condições, priorizando os recursos necessários. Se não se trabalha a perspectiva da inclusão, criam-se sociedades segregadas onde o acesso aos serviços é reservado apenas a alguns e não à toda população. A educação inclusiva favorece a coesão social e a formação de cidadãos ativos, críticos e responsáveis com a sociedade em que vivem e se desenvolvem. Não acredito que políticas exclusivas para a educação inclusiva precisem ser criadas. Uma política educativa integral baseada no conceito de cidade educadora já inclui a educação inclusiva como premissa básica, um conceito que deveria estar presente em todos e em cada um dos projetos educativos a serem desenvolvidos.