Artista plástico com síndrome de Down expõe na Itália

Lucio Piantino expõe na Itália pela primeira vez. Foto: reprodução do Facebook.
Lucio Piantino expõe na Itália pela primeira vez. Foto: reprodução do Facebook.

Aos 19 anos de idade e seis de carreira, o artista plástico brasiliense Lucio Piantino, que tem síndrome de Down, acumula mais uma boa conquista ao seu currículo. O jovem, que expõe desde os 13 anos, foi convidado a mostrar 10 de suas telas na Galleria Nazionale Dell’Umbria, na Itália. A mostra acontece em dezembro e integra a programação da terceira edição do Polimaterico, projeto que tem como foco a acessibilidade das pessoas com deficiência à arte contemporânea.

Lucio está super empolgado com a oportunidade. “Gosto muito de frio e sei que lá vai estar no inverno. Quero conhecer gente e provar comidas gostosas”, contou ao jornal Correio Braziliense. “Ele não é uma pessoa com síndrome de Down que pinta, mas um pintor que tem síndrome de Down”, explica a mãe, a também artista plástica e escritora Lurdinha Danezy Piantino, 55 anos.

A pintura surgiu na vida de Lucio muito cedo: além de sua mãe, seu pai, Lourenço Bem, e seu avô, Glênio Bianchetti, seguiram o caminho das artes plásticas. Por causa do preconceito contra a síndrome de Down, Lurdinha precisou retirá-lo da escola aos 13 anos e utilizou a pintura para preencher o tempo do filho. O passatempo virou profissão.

Para arrecadar dinheiro para sua viagem até a Itália, Lucio lançou uma campanha na internet. O artista está vendendo rifas e, no dia 20 de dezembro, vai sortear uma de suas telas anunciadas em sua página no Facebook.

Em 2013, Lucio ganhou também um documentário sobre sua história. “De arteiro a artista” foi exibido no 5º Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência — Assim Vivemos. Desde a infância, Lucio teve cada progresso registrado, em fotos e vídeos, pela mãe. “Eu queria provar, nem sei para quem, que os prognósticos estavam errados”, recorda Lurdinha, sobre sua reação à opinião de médicos sobre a síndrome. “Existe um mito de que as pessoas com deficiência estão condenadas a um atraso de desenvolvimento”, pontua.

Com informações do Correio Braziliense.