Apaixonado por carnaval, menino com síndrome de Down recebe homenagem em Olinda

Jornal Diário de Pernambuco
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Gabriel Monteiro é um apaixonado por carnaval. Veste fantasia desde os três meses de idade e nunca deixou que as circunstâncias impostas pela vida o limitasse a acompanhar das ladeiras de Olinda o desfile dos blocos. O garoto de 12 anos com síndrome de Down já foi pirata, passista e super-homem. Neste ano, não precisou de fantasia para brincar na folia. Ele ganhou o Gabrielzão, um boneco gigante criado para ser o homenageado do primeiro desfile da oficina de boneco do município, que aconteceu no dia 2 de março.

O pequeno Gabriel tem 1,30 metros e 45 quilos. O sósia é mais magro, mas muito maior. São quase quatro metros de uma estrutura de vidro e argila, que pesa 15 quilos. O suficiente para arrancar um imenso sorriso de contemplação de Gabriel. “É emocionante”, resume o garoto, que passou a se interessar por bonecos gigantes assistindo à passagem do Homem da Meia Noite. Gabrielzão carrega na face um pouco das expressões do  “modelo” e no corpo a bandeira de Pernambuco.

O boneco foi uma ideia do artista plástico Gustavo Alex Camelo. Para comemorar os 15 anos da própria oficina, ele decidiu realizar um desfile com a temática da inclusão social. “Estava na cidade, quando vi uma criança com síndrome de Down e fiquei encantado. Então, decidi procurar a Novo Rumo”, contou. Em uma visita à associação, encontrou Gabriel. “A ligação dele com o Carnaval é incrível. Ver a realização dele me deixa feliz.”, afirmou o artista.

O que para Gustavo é trabalho e para Gabriel realização também é uma oportunidade de reafirmar as capacidades de um filho. “Independentemente de qualquer limitação, todo mundo tem direito à igualdade e respeito”, ressaltou a auxiliar de secretaria e mãe de Gabriel, Jaqueline Monteiro, de 32 anos.  Ela é a grande responsável pelo amor do garoto – filho único – por carnaval. “A família tem bloco, brinca os quatro dias de folia. Sempre tivemos o sonho de fazer um boneco gigante para ele, que ficava encantado com os desfiles. A síndrome nunca foi impeditivo para nada”, garantiu.

Fonte: Diário de Pernambuco