Professora do RJ celebra Dia das Mães após cinco meses de internação da filha com SD: ‘Me sinto mais forte’

Este Dia das Mães é mais do que especial para Rita Moraes. Ao lado das duas filhas – Letícia, de 14 anos, e a pequena Manuela, de oito meses –, ela celebra a vida e a saúde de toda família após um período de muitas angústias em relação à caçula, que tem síndrome de Down e nasceu com uma grave cardiopatia. Um recomeço feliz para uma história que o Movimento Down acompanhou de perto desde o início.

Rita Moraes e a pequena Manuela. Crédito da foto: arquivo pessoal

Depois de ter vivido a gravidez da filha mais velha com tranquilidade, a professora conta que levou um susto logo nos primeiros meses da gestação de Manuela, quando descobriu a cardiopatia do bebê. “Foi uma gravidez preocupada. Primeiro a suspeita sobre a síndrome de Down e depois a notícia sobre a cardiopatia. Não sabíamos se o bebê iria sobreviver”, relembra.

Foi quando Rita entrou em contato com o Movimento Down. “Pesquisei na internet, achei o Movimento Down e comecei a trocar e-mails com a equipe e com especialistas. A pediatra Ana Cláudia Brandão (consultora do Movimento Down) me apresentou para outra mãe que tinha uma filha com a mesma cardiopatia do meu bebê. Isso tudo me ajudou muito”. Manuela, hoje com oito meses, sofre de DSEV Total, uma cardiopatia grave que ocorre em cerca de 40% das pessoas com síndrome de Down. Após o nascimento, ela passou por uma cirurgia e passou os primeiros cinco meses de vida internada.

A família reunida comemora o primeiro Dia das Mães com Manuela. Crédito: arquivo pessoal

Rita revela que a força para enfrentar tempos tão difíceis começou a surgir no momento em que teve a filha recém-nascida nos braços pela primeira vez. “Eu não me importei mais com nada, me apaixonei perdidamente por ela. Foi uma coisa mágica”.

O apoio da filha mais velha também foi fundamental durante todo o processo.“Durante esse período no hospital, ela fazia o que podia para me dar apoio. Quando a Manoela ficou muito mal, ela vinha com joguinhos do celular pra tentar me distrair. Na gravidez, ela falava para que eu não chorasse porque era bobagem. E daí se a irmã dela tinha síndrome de Down? Ela sempre foi minha parceira”.

Orgulhosa, Rita se derrete sobre a maternidade. “É um amor que não tem comparação. A melhor coisa que poderia ter acontecido comigo foi ter me tornado mãe da Letícia e da Manuela. Eu me sinto mais forte depois de tudo que eu passei. Sei que a Manuela tem o tempo dela e que pode ter dificuldades, mas a felicidade de tê-la é tão grande que supera isso. Eu sou muito feliz”.