Tecnologia de ponta se torna aliada no aprendizado e na estimulação de crianças com síndrome de Down

Muitos pais e professores já descobriram que aplicativos desenvolvidos para tablets são capazes de favorecer o aprendizado dos pequenos. No entanto, quando se trata de crianças com síndrome de Down e outras deficiências intelectuais, os benefícios trazidos por essas ferramentas podem ser ainda maiores. As fonoaudiólogas Adriana Aquino e Priscila Martins, de São Paulo, utilizam os gadgets como poderosos aliados na estimulação de seus pacientes.

– Comecei a utilizar os aplicativos no consultório após perceber com minhas filhas de dois e cinco anos que o iPad poderia incentivar o aprendizado de diversos conceitos básicos, como as cores, formas e letras do alfabeto – conta Martins.

Entre os ganhos apontados pelas profissionais, estão o estímulo de funções cognitivas, fala e linguagem, aumento da percepção auditiva e visual e melhoras na concentração e na memória. Mãe de Eduarda, de nove anos, a dona de casa Noemia Hayashida percebe a evolução da filha, que tem síndrome de Down, diariamente.

 – Ela já mexia no celular do meu marido e se deu muito bem com os aplicativos. A Eduarda já fez acompanhamento com outros fonoaudiólogos que faziam apenas exercícios relacionados à fala, fica muito cansativo. Ela consegue ficar bastante tempo mexendo no iPad. Além da comunicação, a concentração melhorou bastante – explica.

 Assim com como a maior parte das crianças, os pequenos pacientes das fonoaudiólogas usam os tablets com naturalidade, o que facilita o processo.

 – Quando viu o tablet pela primeira vez, a Cecília parecia já saber utilizar o aparelho, virava as páginas sozinha. É um instrumento mais fácil para ela manusear do que o computador, por exemplo. A terapia com o uso dos aplicativos começou este ano, e a minha filha começou a desenvolver muito mais a questão da fala – conta a professora Rose Donato, mãe de Cecília, de três anos.

Segundo Adriana Aquino, a participação da família é fundamental neste processo. Após vivenciarem o processo de estimulação de seus filhos nas terapias, muitos pais de seus pacientes compram um tablet para continuar os exercícios em casa.

– É muito importante ter em mente que todo recurso terapêutico depende de como será utilizado, da interação estabelecida entre a criança o objeto e o adulto que com ela interage – argumenta Aquino.

 Assim como a colega, Priscila Martins tem testemunhado bons resultados com pacientes em diversas condições.

 – Além de pacientes com síndrome de Down, já utilizei aplicativos com crianças que apresentavam paralisia cerebral, autismo, transtorno invasivo e deficiência auditiva. Recomendo o tablet como uma ferramenta motivadora e estimulante – enfatiza.

 As fonoaudiólogas já escreveram um artigo sobre o tema e torcem para que surjam cada vez mais trabalhos científicos que comprovem a eficácia da terapia com o apoio da tecnologia.

 – Precisamos desenvolver esse trabalho cientificamente para que mais pessoas possam ter acesso a esses resultados – lembra Martins.

No portal Movimento Down, você encontra uma lista elaborada pelas duas profissionais com aplicativos para tablets iPad e Android que auxiliam na estimulação de crianças com síndrome de Down.