Instabilidade atlanto-axial e outros problemas ortopédicos em pessoas com síndrome de Down

logo_movimento_downAs condições ortopédicas envolvem ossos, músculos, juntas e ligamentos. A maior parte dos problemas ortopédicos enfrentados por crianças com síndrome de Down se deve ao fato de os ligamentos serem mais “soltos” e flexíveis. Isso costuma causar problemas nas juntas, mas eles são raros em bebês.

Instabilidade atlanto-axial

O problema ortopédico mais conhecido em crianças com síndrome de Down é a instabilidade atlanto-axial, que significa um movimento maior do que o usual entre a primeira e a segunda vértebra do pescoço. Estima-se que 15% das crianças com síndrome de Down apresentem essa condição. A instabilidade atlanto-axial, é uma preocupação por causa do risco presumido de danos na espinha dorsal, caso uma das vértebras pressione a mesma.

A instabilidade atlanto-axial, sem a pressão sobre a coluna não apresenta sintomas. A instabilidade atlanto-axial, com pressão pode apresentar os seguintes sintomas: fadiga, dificuldades para andar, modo de andar anormal, dores no pescoço, mobilidade do pescoço limitada, inclinação da cabeça, falta de coordenação, espasmos musculares e reflexos exagerados. As crianças com síndrome de Down que apresentarem esses sintomas precisam ser avaliadas imediatamente, tendo sido ou não diagnosticadas com instabilidade atlanto-axial.

De acordo com as Diretrizes de Atendimento à Pessoa com Síndrome de Down do Ministério da Saúde, independentemente de um diagnóstico prévio, todas as crianças com síndrome de Down devem realizar um exame de raio-X da coluna cervical aos três e aos dez anos para identificar se existe instabilidade atlanto-axial,.

Se o raio-x indicar instabilidade atlanto-axial,, a criança deve passar por um exame de ressonância magnética do pescoço para determinar se o problema foi causado algum dano à espinha dorsal e se é necessária uma cirurgia. No caso de a instabilidade atlanto-axial, só ter sido identificada pelo raio-x, sem o exame de ressonância magnética, a criança deve evitar atividades que coloquem pressão sobre o pescoço, como mergulho, ginástica olímpica e esportes de contato, como basquete e futebol, por exemplo.

O exame de ressonância magnética não causa dores e dá uma visão mais detalhada do que um raio-X. O exame, no entanto, exige que o adulto ou a criança fique deitado por vários minutos até ser completado. As crianças que não conseguem ficar paradas poderão ser sedadas para a realização do exame.

Outros problemas ortopédicos

Também há outros problemas ortopédicos que afetam as crianças mais velhas e adultos com síndrome de Down.

Escoliose – um desvio de coluna que, normalmente, é tratado com colete ortopédico. Uma cirurgia pode ser necessária se a curva for acentuada o bastante para prejudicar o funcionamento do pulmão ou do coração

Instabilidade da bacia – pode ser causada porque o osso da coxa fica muito “solto” na ligação com a pelvis. Pode ser necessário engessamento ou cirurgia para consertá-la.

Deslocamento da rótula do joelho ou patela – ocorre quando a rótula se move demais para um dos lados, provocando dor. Isso pode ser consertado com o uso de faixas especiais para manter a rótula no lugar, ou por remoção cirúrgica da patela.

Problemas nos pés incluem pés chatos, tornozelos virados para dentro ou para fora e joanete. O pé chato é muito comum entre pessoas com síndrome de Down por causa dos ligamentos mais soltos, e pode causar dor. Problemas nos pés e tornozelos podem ser tratados por ortopedistas.