De olho nos dentes: veja quais são as questões dentárias associadas à síndrome de Down

Crédito da imagem: iStock/Movimento Down
Crédito da imagem: iStock/Movimento Down

A dentição varia muito mais em crianças com síndrome de Down do que nas outras crianças. Isso quer dizer que os dentes nem sempre nascem quando previsto, ou na ordem prevista. É muito importante levar a criança ao dentista o mais cedo possível, de preferência ainda no primeiro ano de vida.

O profissional deve orientar os pais sobre o acompanhamento precoce que precisa ser feito com o bebê: avaliação da cavidade bucal, prevenção das principais doenças bucais, orientações sobre a dieta, limpeza da boca, hábitos (chupeta, dedo), uso de flúor, entre outros.

Além disso, é necessário monitorar o processo da erupção dentária, ou seja, do nascimento dos dentes. É bastante comum que o primeiro dente só apareça depois do primeiro, ou até do segundo aniversário. Quando nascem, os dentes podem parecer pequenos ou mais pontudos do que o normal. Mais tarde, é possível que alguns dentes de leite nasçam com atraso, ou nem nasçam. Até mesmo alguns dos dentes definitivos podem não nascer nunca.

Após a erupção dentária, a equipe multidisciplinar que acompanha a criança (dentista, fonoaudiólogo, fisioterapeutas e otorrinolaringologista) deve atuar em conjunto para evitar o aparecimento da má oclusão, ou seja, o desvio dos dentes de sua oclusão (mordida) normal. Para isso, é fundamental seguir orientações sobre a amamentação, o uso da mamadeira e de determinados tipos de alimentos, higiene bucal e respiração nasal.

O tratamento odontológico de um bebê ou criança com síndrome de Down é semelhante ao cuidado com os demais pacientes pediátricos. No entanto, deve-se ter atenção a possíveis problemas cardíacos, que ocorrem com maior frequência em pessoas com a trissomia. Nestas condições, é necessário administrar antibióticos antes de manipular a região para prevenir a endocardite bacteriana, inflamação nas válvulas cardíacas causada por infecções na boca.

Placa palatina

No caso de algumas crianças, pode ser indicado, em conjunto com o tratamento fonoaudiológico, utilizar uma placa palatina de memória, aparelho que estimula a língua e o lábio superior a posicionarem-se adequadamente. O tratamento com a placa deve ter início no primeiro ano de vida da criança, pois o desenvolvimento bucal e do sistema nervoso ocorre em grande parte durante este período.