Cuidados médicos e exames de rotina

Crédito da imagem: Isaías Emilio da Silva/Movimento Down

A síndrome de Down não é uma doença, mas existem alguns problemas de saúde que apresentam uma alta prevalência em indivíduos com a trissomia do 21, o que requer a atenção de pais e profissionais. As possíveis complicações incluem problemas cardíacos, anomalias intestinais, problemas digestivos, deficiências visuais, auditivas, disfunção de tireoide,  infecções, deslocamento da espinha cervical e doenças sanguíneas. Algumas dessas condições podem ser bastante sérias, mas a maioria é tratável.

O recém-nascido com síndrome de Down pode não apresentar nenhuma dessas questões, ou apenas algumas delas. As condições de saúde associadas à síndrome de Down são um bom exemplo da gama de experiências pelas quais as famílias passam. Cerca de metade dos bebês nascidos com a trissomia sofrem cardiopatias, que são problemas no coração, a outra metade não. Esses problemas podem ser leves e fáceis de resolver, ou complicações mais sérias, que podem requerer cirurgia.

As crianças, normalmente, são assistidas por um pediatra desde o nascimento, que vai realizar testes para procurar cardiopatias congênitas (que a criança tem desde que nasceu) ou outros riscos à saúde associados à síndrome de Down. É importante ressaltar que todo recém-nascido com síndrome de Down deve realizar um ecocardiograma nos primeiros dias de vida para diagnosticar possíveis cardiopatias.

Em 2012, o Ministério da Saúde lançou as Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down para orientar profissionais da saúde a diagnosticar e acompanhar pessoas que têm síndrome de Down. A publicação, disponível para download em nosso portal, foi elaborada com o apoio de um Grupo de Trabalho formado por diversos especialistas e instituições, entre elas o Movimento Down. Além de participar da elaboração do manual, o Movimento Down também desenvolveu a versão acessível do material, que traz conteúdos adaptados para que possam ser lidos e compreendidos por pessoas com síndrome de Down.

As Diretrizes apresentam a incidência das alterações mais comuns associadas à síndrome de Down que exigem especial atenção e necessitam de exames específicos para a sua identificação. Abaixo, você confere a listagem com as alterações e os exames, imunizações e avaliações necessários ao longo de toda a vida.

Alterações:

Aparelho da visão
Catarata – incidência de 15%
Pseudo-estenose do ducto lacrimal – 85%
Vício de refração – 50%

Aparelho auditivo
Perda auditiva – 75%
Otite de repetição – 50% a 70%

Sistema cardiovascular
comunicação interventricular (CIV), comunicação interarterial (CIA), defeito do septo atrioventricular (DSAV) – 40% a 50%

Sistema digestório
Atresia de esôfago – 12%
Estenose/atresia de duodeno – 12%
Megacólon aganglionar/Doença de Hirschsprung – 1%
Doença celíaca -5%

Sistema nervoso
Síndrome de West – 1 a 13%
Autismo – 1%

Sistema endócrino
Hipotireoidismo – 4 a 18%

Sistema locomotor
Subluxação cervical sem lesão – 14%
Subluxação cervical com lesão medular – 1 a 12%
Luxação de quadril – 6%
Instabilidade das articulações em algum grau – 100%

Sistema hematológico
Leucemia – 1%
Anemia – 3%

Na tirinha abaixo, da série A vida com Logan, o cartunista Flávio Soares mostra uma visita de rotina do seu filho Logan, que tem síndrome de Down, ao consultório da pediatra.

A vida com Logan – tira 019