Dicas para pais

Como exemplo e sabendo que há inúmeras possibilidades e caminhos e a serem seguidos, aqui vão algumas sugestões (adaptadas de Espinosa de Gutiérrez) de soluções a problemas frequentemente encontrados. Apesar de se referirem a estudantes com deficiência intelectual em geral, também se aplicam a alunos com síndrome de Down.

– A aprendizagem se dá num ritmo mais lento
Devemos oferecer-lhe um maior número de experiências variadas para que aprenda o que o ensinamos

– Fica cansado rapidamente, sua atenção não se mantém por um tempo prolongado
Inicialmente, devemos trabalhar durante curtos períodos de tempo, aumentando-os pouco a pouco

– Às vezes não se interessa pela atividade, ou se interessa por pouco tempo
Devemos motivá-lo com alegria e com objetos chamativos e variados, para que se interesse pela atividade

– Muitas vezes não consegue realizar a atividade sozinho
Devemos ajudá-lo e guiá-lo apenas o necessário para que realize a atividade, até que consiga fazê-lo sozinho

– A curiosidade para conhecer e explorar o que está à sua volta é limitada
Devemos despertar nele o interesse pelos objetos e pessoas que o rodeiam, nos aproximando e mostrando as coisas agradáveis e chamativas

– É difícil para ele se lembrar do que já fez e do que aprendeu
Devemos repetir muitas vezes as tarefas já realilzadas, para que se lembrem de como fazê-las e para que servem

– Não se organiza para aprender sobre os acontecimentos da vida diária
Devemos ajudá-lo sempre a aproveitar todos os fatos que ocorrem ao seu redor, bem como lembrá-lo de sua utilidade, relacionando os conceitos com o que foi aprendido na sala de aula

– É mais lento ao responder
Devemos sempre esperar com paciência e ajudá-lo, estimulando-o ao mesmo tempo para que responda cada vez mais rapidamente

– Não costuma inventar ou procurar situações novas
Devemos conduzi-lo a explorar situações novas, a ter iniciativas

– Tem dificuldades em solucionar problemas novos, mesmo que sejam semelhantes a outros problemas vividos no passado
Devemos trabalhar permanentemente, dando-lhe oportunidades de resolver situações da vida diária, sem anteciparmos nem responder em seu lugar

– Consegue aprender melhor quando foi bem sucedido em situações anteriores
Devemos saber em que ordem devemos ensiná-lo, oferecendo muitas oportunidades de sucesso. Apresente situações que são possíveis para o aluno e aumente progressivamente o grau de dificuldade

– Quando conhece imediatamente o resultado positivo de sua atividade, se interessa mais em seguir colaborando
Devemos dizer-lhe sempre o quanto se esforçou, o quanto já alcançou, animando-o pelo sucesso já alcançado. Assim é possível que ele se interesse mais pela atividade e aguente trabalhar por mais tempo

– Quando participa ativamente da tarefa, aprende melhor e se esquece menos
Devemos planejar atividades em que ele intervenha ou atue como sujeito principal

– Quando se pede que ele realize muitas tarefas em pouco tempo, se confunde e rejeita a situação
Devemos selecionar as tarefas e dividi-las pelo tempo, de forma que não se confunda nem se canse

Cada etapa tem suas características próprias, mas é preciso prestar atenção especial a alguns aspectos, desde o começo da ação educativa no programa de estimulação precoce e ao longo de todo o processo educativo:

– A programação por objetivos

– O desenvolvimento das capacidades, tendo em conta que se trata de um processo evolutivo

– O desenvolvimento da atenção

– O desenvolvimento da percepção e discriminação

– O desenvolvimento das habilidades manuais

– A comunicação e linguagem

– O desenvolvimento da leitura, escrita e cálculo

– A educação para autonomia

– O desenvolvimento de valores

Vamos contribuir, deste modo, para formar um adulto que seja maduro, responsável e feliz, que seja:

– capaz de se sentir bem consigo mesmo

– disposto a sentir-se bem com os outros e a que os outros se sintam bem com ele

– capaz de enfrentar os desafios e as dificuldades que vierem

– pronto a resolver e tomar decisões por conta própria, contando com ajuda somente quando for necessário

–  capaz de assumir sua própria responsabilidade

Fonte: Fundação Iberoamericana Down 21