Síndrome de Down na História – Parte 01

Você sabe dizer quais são os primeiros registros da síndrome de Down na História? Já parou para pensar em como a trissomia foi retratada ao longo dos séculos ?

Na Grécia antiga, pessoas com deficiência intelectual muitas vezes eram abandonadas para morrer e outras eram afogadas. Já os romanos tinham leis para eliminá-los. Na Idade Média, na Europa Medieval , enquanto alguns associavam pessoas com deficiência à bruxaria, outros as consideravam seres angelicais e sagrados. Na Alemanha nazista, Hitler mandou esterilizar entre 300 e 400 mil pessoas com deficiência e mais tarde exterminar entre 200 e 250 mil pessoas com deficiência física e intelectual.

O antropólogo e cientista Starbuck, especializado em estudar o ser humano, identificou 16 possíveis provas de que existem pessoas com síndrome de Down no mundo desde 5200 anos antes de Cristo. Ele demonstra suas provas:

1) 5200 a.C (antes de Cristo) – Restos de esqueleto – Ilha de Santa Rosa, Califórnia, EUA

A prova mais antiga são os restos de um esqueleto de uma mulher encontrado num cemitério indígena americano na Ilha de Santa Rosa, na Califórnia, Estados Unidos. Não temos imagens do achado, mas pelo crânio pôde-se notar que ela tinha a face achatada, olhos afastados, dentes pequenos e que seus ossos também eram pequenos.

2) 5000 a.C . – Pequena escultura – Ídolo neolítico – Tessália Oeste, Grécia história

Um ídolo grego de barro é a representação mais antiga de que se tem notícia. Os olhos são puxados, o nariz chato e a face arredondada. A escultura encontra-se no Museu de Arqueologia Volos, na cidade de Tessália, na Grécia.

3) Entre 1500 a.C. e 300 d.C. (depois de Cristo) – Pequenas esculturas Olmecas – Mesoamérica

Existem várias estatuetas dos Olmecas, que ocupavam a região que hoje corresponde ao México, que sugerem que as pessoas com síndrome de Down eram veneradas por esse povo. Alguns estudiosos afirmam que os Olmecas achavam que os nascidos com síndrome de Down eram o cruzamento de mulheres com o jaguar, a mais alta de suas entidades, e apontam para algumas estatuetas com aparência de síndrome de Down que teriam garras de jaguar. Para sustentar essa hipótese, eles citam uma pintura em uma caverna em Oxtotitlán, Chilapa, México, de uma mulher tendo relações com um jaguar. Segundo esses autores, é possível que filhos de esposas de sacerdotes, ou mesmo  sacerdotisas , em geral mulheres de mais idade, fossem consideradas divindades. E como é sabido hoje, a idade avançada da mãe aumenta a probabilidade do nascimento de bebês com sindrome de Down, o que explicaria a interpretação dos Olmecas.

Veja algumas figuras representadas abaixo:

história 02
Estatuetas que podem ser consideradas de bebês ou crianças com síndrome de Down

 

 

 

 

 

 

história 03
Estatueta de cerâmica

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Jaguar Olmeca

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Máscara Olmeca de quartzo

 

 

 

 

 

 

 

 

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“O Acrobata” – estatueta de barro

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

história 07
Estatueta de jade em pé segurando um “bebê-jaguar”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

história 08
Pintura na caverna de Oxtotitlán, perto de Chilapa, México, de uma mulher tendo relações com um jaguar

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por: Patricia Almeida

Fontes:

Moving Towards a Quantitative Diagnosis of Down Syndrome in Historic Material Culture, de John M. Starbuck, 2011

Jaguar Cult – Down’s Syndrome Were Jaguar, de George Milton e Roberto Gonzalo, 1974

Nazi Persecution of the Mentally and Physically Disabled, U.S. Holocaust Memorial Museum

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