Dicas de prevenção de acidentes com crianças e adolescentes

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Crianças com síndrome de Down devem exercer a independência desde cedo. Foto: Paula Moreira Fotografia.

 

É fato que todo pai e mãe se preocupam com a segurança de seu filho. Mesmo assim, crianças e adolescentes são alvo frequente de acidentes domésticos. Basta se distrair por um instante e os pequenos escalam estantes, saem correndo, colocam o dedo na tomada ou mesmo no fogo!

É preciso estar muito atento aos riscos cotidianos a que crianças e adolescentes estão expostos. Para conscientizar pais e responsáveis, foi criado o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes com Crianças e Adolescentes, celebrado dia 30 de agosto. O Movimento Down adere à campanha e traz uma série de dicas para garantir a segurança de crianças e adolescentes.

No site da ONG Criança Segura é possível encontrar uma lista de orientações de prevenção importantes que valem para toda e qualquer criança.

No caso de pessoas com síndrome de Down, além das medidas básicas de segurança, outros cuidados devem ser observados, devido a características como hipotonia muscular, falta de equilíbrio e dificuldades de percepção e cognição.

Risco de fuga

outline-36727_640Não é raro que crianças e jovens com síndrome de Down fujam de casa. Os motivos variam muito: pode ser porque algo interessante atraiu sua atenção ou pela simples vontade de exercer a própria independência.

Para reduzir os riscos de fuga, aqui vão algumas sugestões:

– Procure compreender as razões que levam à fuga;

Use comunicação visual em casa.
Use comunicação visual em casa.

Tranque toda a casa: sempre se certifique de que todas as saídas de casa estejam trancadas, não deixe as chaves na fechadura, coloque algum tipo de alarme ou sinos que avisem quando uma porta ou mesmo janela for aberta;

Limites e regras: procure sempre deixar claros os limites para a criança. Escreva as regras em lugar visível e, sempre que possível, use comunicação visual – desenhos e símbolos como o sinal de “PARE”, etc. Prefira a linguagem positiva: em vez de dizer “não saia de casa”, fale “você tem que pedir para sair”. Exercite os limites; pessoas com síndrome de Down aprendem melhor com a repetição;

Para o caso de a criança escapar:

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Coloque pulseiras com nome da criança e telefones de contato. Foto: arquivo pessoal.

Identificação: use pulseiras, braceletes ou colares com identificação, como nome e telefone de contato. Atualmente existem até equipamentos com localizadores e GPS. Isso é especialmente importante em passeios e viagens;

Exercite a independência: um dos maiores riscos de quando uma criança escapa é que ela não saiba o que fazer e como agir em locais públicos. O problema é que ela se exponha a situações perigosas como atropelamento ou mesmo que se perca. Por isso, é importante estimular que as pessoas com síndrome de Down desenvolvam as habilidades de se locomoverem sozinhas. Quanto mais cedo a criança começar a explorar novos lugares e aprender a atravessar a rua com segurança, por exemplo, melhor ela exercita a autonomia. Essa independência será extremamente importante quando a pessoa atingir a adolescência e depois a vida adulta.

Risco de lesões em atividades com movimentos bruscos

Breno Viola durante competição. Crédito da foto: Divulgação
Esportes de contato podem causar lesões.
Crédito da foto: Divulgação

É essencial supervisão constante para as pessoas com síndrome de Down, especialmente em atividades, brincadeiras e esportes que envolvem movimentos bruscos.

Devido a características da síndrome como problemas cardiorrespiratórios, falta de equilíbrio, dificuldades de percepção, e dificuldades causadas pela hipotonia, hipermobilidade das articulações e frouxidão ligamentar, podem acontecer lesões. A flexibilidade das articulações pode resultar em risco de deslocamento e luxação.

Entre 15 e 30% das pessoas com síndrome de Down apresentam instabilidade no pescoço, conhecida como instabilidade atlanto-axial, que se caracteriza pela frouxidão entre a primeira e segunda vértebras cervicais. Isso faz com que a probabilidade de ocorrência de lesões na medula espinhal seja muito mais alta.

De acordo com as Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down, todas as crianças com a trissomia devem fazer uma radiografia da coluna cervical aos três e aos dez anos, para checar a existência de instabilidade atlanto-axial. Antes de matricular seu filho em esportes de contato, peça ao médico que avalie a dimensão dessa instabilidade.

baby-33959_640No carro, recomenda-se que seja sempre usado um encosto para a cabeça. Da mesma forma, após um acidente de trânsito, é importante que se avise aos envolvidos no resgate que uma pessoa com síndrome de Down tem mais chances de sofrer lesão no pescoço do que outras pessoas.

Problemas com medicamentos

Muitos indivíduos com síndrome de Down fazem uso de medicamentos. Fique atento a reações adversas e, na dúvida, converse sempre com o médico.

Não minta dizendo que o remédio é balinha para convencer uma criança a tomá-lo. Isso pode levá-la a ingeri-lo sem indicação, correndo sérios riscos. Além disso, mantenha os medicamentos sempre fora do alcance de qualquer criança.

 

Problemas com engasgos

Os engasgos deixam muitos pais e mães preocupados, mas se isso acontecer, é fundamental manter a calma e seguir algumas dicas importantes que podem ajudar na hora dos acidentes.

– Coloque o seu filho de pé depois de amamentar: é o famoso “colocar para arrotar”, mas não estranhe se não ouvir nenhum barulho, o mais importante é respeitar o tempo de 15 minutos na posição.

– Engasgos no início da amamentação: quando são muito novos, os bebês não conseguem coordenar direito deglutição e respiração o que pode causar pequenos engasgos. Caso seu filho esteja faminto, a dica é retirar a boca dele do peito após os 20 segundos para que ele se recupere do esforço inicial e entre em um ritmo mais calmo.

– Dê tempo ao tempo: Introduza novos alimentos no tempo certo. Segundo especialistas, as papinhas só devem ser oferecidas aos seis meses, elas podem conter pedacinhos para que a criança aprenda a mastigar. Mas essa regra pode variar, algumas crianças demoram mais para se adaptar aos novos alimentos, caso isso ocorra, converse com o pediatra.

– Não entregue objetos ou alimentos na mão da criança: alguns brinquedos, outros objetos ou alimentos podem soltar pedaços grandes que podem vir a causar engasgo. Observe atentamente antes de entregar qualquer coisa na mão do seu filho e fique atento a classificação etária de cada brinquedo.

Mas se mesmo com todos os cuidados o seu filho engasgar fique atento. Se notar que perceber que a criança está com dificuldade para respirar, mas continua rosada, não tente retirar o corpo estranho, pois ele pode se deslocar para um ponto que bloqueie a passagem de ar.

Outras informações de segurança para pessoas com síndrome de Down (em inglês):

http://www.examiner.com/article/elopement-a-concern-for-some-individuals-with-special-needs
http://downsyndrome.nacd.org/becoming_independent.php
http://www.webmd.com/brain/10-ways-to-prevent-wandering
https://www.care.com/a/down-syndrome-caregiving-considerations-0812062135