Mudar o olhar sobre a síndrome de Down e utilizar a fotografia para apresentar à sociedade a visão humanista de pessoas que nasceram com a síndrome. A exposição Olhar para Ver reúne um panorama dos trabalhos realizados na Oficina de Fotografia Movimento Down e Correios. A mostra está em exibição no edifício-sede dos Correios, no Centro do Rio de Janeiro, para funcionários e convidados da instituição. Em breve, será aberta ao público geral na Maré.
Realizada em parceria com o programa Imagens do Povo, do Observatório de Favelas do Rio de Janeiro, a Oficina de Fotografia Movimento Down e Correios ofereceu aulas sobre diferentes linguagens e técnicas da fotografia para jovens e adultos com síndrome de Down no Complexo da Maré ao longo de 2013. Até agora, o projeto formou duas turmas com 28 alunos no total.
A coordenação da oficina foi realizada pelo fotodocumentarista João Roberto Ripper, criador do programa Imagens do Povo. As aulas foram ministradas por três profissionais formados pela Escola de Fotógrafos Populares e acompanhadas por dois psicólogos do Ateliê Espaço Terapêutico.
Segundo Ripper a exposição reflete o sucesso de um projeto que trouxe frutos não apenas para os alunos, mas para todos os envolvidos. “Na medida em que as oficinas iam acontecendo, havia uma troca muito grande de aprendizados. O resultado foi muito além da qualidade das fotos, que é surpreendente. Foi uma aula sobre a vida, sobre como olhar as pessoas”, afirma.
A psicóloga Débora Mascarenhas, que coordenou o projeto pelo Movimento Down, revela que os próprios alunos se surpreenderam com a qualidade de suas produções. “Eles cresceram muito, descobriram seu potencial como fotógrafos. Foi um processo de mão dupla. Ao mesmo tempo em que olharam para fora, também olharam para dentro de si mesmos: descobriram gostos, aptidões, sensibilidades”, explica.