O Brasil fez uma participação histórica nas Paraolimpíadas de Londres. Nesta edição dos jogos, que foi encerrada no último domingo, dia 09, o país conquistou 21 ouros, 14 pratas e oito bronzes. Nossos atletas conquistaram um inédito sétimo lugar no quadro geral de medalhas, melhor participação brasileira em todas as edições dos jogos. Outro marco foi o retorno da participação de atletas com deficiência intelectual.
Todo esse sucesso é fruto do investimento feito nos últimos anos. Os números indicam que o país nunca valorizou tanto seus atletas paraolímpicos. Somente no último ciclo olímpico, o financiamento vindo da Lei Piva, da Lei de Incentivo ao Esporte e do apoio dos governos estaduais e patrocinadores saltou de R$ 77 milhões para R$ 165 milhões. “Tivemos novos programas, como o Projeto Ouro. Escolhemos 15 atletas realizando uma preparação individualizada com cada um, cedendo equipe técnica própria, contratando sparrings e coisas do tipo. Além do pagamento fixo de bolsa-auxílio e tudo mais”, afirma Andrew Parsons, presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, em entrevista ao IG.
Esporte aliado à educação, um desafio para 2016
Mesmo com todo o investimento e a valorização dos atletas com deficiência, o Brasil ainda precisa evoluir bastante às oportunidades dadas às pessoas com deficiência de maneira geral. Problemas como o preconceito e a falta de inclusão no mercado de trabalho dificultam muito a vida dessas pessoas. Dados do Ministério da Educação informam que há apenas 12 mil alunos com deficiência cursando o Ensino Superior no Brasil, ou seja, 0,2% dos seis milhões de estudantes universitários do país. Esse contexto faz com que muitas pessoas com deficiência vislumbrem o esporte único projeto viável de carreira.
“O deficiente no Brasil praticamente não tem acesso aos direitos básicos de cidadania. O esporte às vezes é um meio de reabilitação à vida comunitária, mas isso também gera um grande problema, pois o atleta fica sem acesso à educação. É diferente de países como Estados Unidos, onde ele pode conciliar os treinamentos com os estudos. Aqui, não existe este tipo de oportunidade”, critica a fundadora do IBDD (Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência), Teresa Costa d’Amaral.
Confira todas as medalhas do Brasil nas Paraolimpíadas de Londres:
Andre Brasil – prata nos 200m medley SM10, ouro nos 50m livre S10, ouro nos 100m borboleta S10, prata nos 100m costas S10
Daniel Dias – ouro nos 50m livre S5, ouro nos 200m livre da S5 de natação, ouro nos 100m peito SB4, ouro nos 50m borboleta da natação, ouro 100m livre S5 na natação, ouro nos 50m costas da natação
Michele Ferreira – bronze no judô categoria até 52kg
Lúcia Teixeira – prata no judô categoria até 57kg
Daniele Bernardes – bronze no judô categoria até 63kg
Antônio Tenório – bronze no judô da categoria até 100kg
Yohansson Nascimento – ouro nos 200m T46
Alan Fonteles – ouro nos 200m T44
Terezinha Guilhermina e Jerusa Geber – ouro e prata nos 200m T11
Odair Santos – prata nos 1.500m T11
Dirceu Pinto e Eliseu dos Santos – ouro na classe BC4 na disputa de pares mistos
Yohansson Nascimento – prata nos 400m T46
Felipe Gomes e Daniel Silva – ouro e prata nos 200m T11
Jonathan Santos – bronze no lançamento de disco F40
Jovane Guissone – ouro na categoria B da esgrima
Terezinha, Jerusa Santos e Jhulia Santos – ouro, prata e bronze nos 100m rasos T11
Edênia Garcia – prata nos 50m costas S4 da natação
Andre Brasil e Phelipe Rodrigues – ouro e prata nos 100m livre S10 da natação
Joana Silva – bronze nos 50m borboleta na natação
Goalball – prata no masculino
Lucas Prado – prata nos 400m T11
Shirlene Coelho – ouro no lançamento de dardo F37/38
Eliseu dos Santos – bronze na bocha BC4
Maciel Santos – ouro na bocha BC2
Brasil – ouro no futebol de 5 (tricampeonato)
Dirceu Pinto – ouro na bocha BC4 (bicampeonato)
Lucas Prado e Felipe Gomes – prata e bronze nos 100m rasos T11
Claudiney Batista – prata no lançamento de dardo F57/58
Tito Sena – ouro na maratona T46