Questões sanguíneas que podem afetar crianças com síndrome de Down

Crianças com síndrome de Down têm risco maior de contrair uma série de doenças que afetam as células do sangue. Normalmente, esses problemas ocorrem entre o nascimento até os cinco anos de idade.

Leucemia – A leucemia é o câncer das células sanguíneas, normalmente os glóbulos brancos. Quando o câncer começa nas células conhecidas como linfócitos, é chamado leucemia linfócita. Quando começa nas células conhecidas como monócitos ou granulócitos, é chamado leucemia mielóide.

A leucemia ocorre entre 10 vezes e 30 vezes mais em crianças com síndrome de Down do que nas crianças em geral. Os primeiros sinais incluem se machucar facilmente, palidez, febres inexplicadas e fadiga. A leucemia pode ser diagnosticada por um exame de sangue que mostra anomalias nos glóbulos brancos, seguido por um exame de medula que identifica as células cancerígenas.

A maior parte dos casos de leucemia ocorre nos primeiros cinco anos de vida. Nos primeiros três anos, a leucemia mielóide é a forma mais comum, depois dos três anos de idade, aproximadamente 80% dos casos são de leucemia linfócita.

Os dois tipos de leucemia são tratados com quimioterapia. As crianças com síndrome de Down que desenvolvem leucemia mielóide normalmente respondem melhor à quimioterapia do que as crianças que não têm a trissomia.

Leucemia transitória – Recém nascidos com síndrome de Down também têm mais chances de apresentar a chamada leucemia transitória. Essa condição se parece com a leucemia, mas desaparece por conta própria, sem tratamento, depois de algumas semanas ou meses. De acordo com um estudo, até 10% dos recém nascidos com síndrome de Down apresentam sinais de leucemia transitória em exames de sangue. Quando o exame é positivo para leucemia transitória, o número de glóbulos brancos é muito maior do que o normal e há presença de glóbulos brancos imaturos.

Quando um bebê apresenta leucemia transitória, um especialista deve avaliar o resultado do exame para determinar se é necessário algum tipo de tratamento. Apesar de ela desaparecer sozinha, os bebês que apresentam leucemia transitória têm mais chance de desenvolver leucemia nos próximos anos. Os pais de crianças que tiveram leucemia transitória devem ficar atentos para os sinais de leucemia, como se machucar facilmente, palidez ou fadiga. Um especialista deverá aconselhar sobre a necessidade de novos exames de sangue e, se for o caso, por quanto tempo eles devem ser realizados.

Contagem de plaquetas alta ou baixa – Recém-nascidos com síndrome de Down também têm mais chances de apresentar outra anomalia do sangue: a contagem baixa de plaquetas, ou trombocitopenia. As plaquetas são as células que ajudam na coagulação do sangue. As crianças que têm essa condição provavelmente vão se machucar mais facilmente e vão apresentar mais manchas roxas como consequência de “topadas”. Em alguns casos raros, a contagem pode ser tão baixa que o bebê precisará de uma transfusão de plaquetas para evitar problemas de sangramento. Não se sabe o que causa a trombocitopenia, e ela se cura sem nenhum tratamento. Os recém nascidos com trombocitopenia, no entanto, devem ser monitorados de perto para outros sinais de leucemia transitória.

Por outro lado, alguns bebês com síndrome de Down apresentam um aumento de plaquetas, o que se chama trombocitose. Essa condição apresenta poucos riscos e se cura sozinha.

(Fontes: Down’s Syndrome Association UK e Babies with Down Syndrome – a new parent’s guide editado por Susan J. Skallerup)